Já há muito tempo que pensava falar sobre este assunto, mas acabo sempre por deixar para mais tarde.
Mas hoje é o dia certo, foi o dia em que fui novamente confrontada com uma verdade, uma verdade
que dói, mas que tem que ser encarada de frente.
Mas também é verdade que apesar de ser muito duro, hoje não doeu tanto.
Tenho um filho especial, um menino milagre, que é um menino diferente dos outros meninos.
Mas afinal não somos todos diferentes? Somos!
Então porque se diz que uns são normais e outros são deficientes, e outro são sobre dotados?
O meu menino enquadra-se na categoria do meio, embora não seja uma coisa muito evidente, nem
muito pesada, mas tem uma deficiência.
Até agora diziam-me que tinha problemas, que tinha um atraso no desenvolvimento, mas hoje disseram
as palavras cruas, "o seu filho tem uma deficiência psico-motora".
É um choque, porque quando uma criança nasce com problemas, aceitamos logo, custa muito, mas é um facto.
Mas quando uma criança nasce normal, e tem um desenvolvimento dito normal, mas a pouco e pouco vamos sentindo e percebendo que o nosso filho é diferente e que não consegue fazer tudo o que é suposto, e que sofre por perceber que não consegue, no fundo temos sempre a esperança que seja uma fase e que com um apoio extra se vai conseguir superar, e é muito difícil.
E quando essas diferenças aumentam e queremos ajudar , mas não sabemos nem conseguimos, é mesmo muito difícil.
É avassalador!
Por outro lado revolta-me saber que a sociedade não aceita as pessoas diferentes e prefere fingir que não existem, e para expiar a culpa optam pela pena, e por olha-los como os coitadinhos.
Detesto a hipocrisia e a falsa bondade.
É preciso abrir as mentalidades, e aprender que todos somos diferentes e que há lugar para todos e acima de tudo que devemos aceitar os outros como são.
Essas pessoas são especiais e até são melhores e mais fortes, porque a essas pessoas muitas vezes é exigido mais, e até o que não conseguem dar e têm que se esforçar mais e ser mais fortes para suportar as atitudes menos correctas de quem tem preconceitos.
A minha admiração vai para essas pessoas, e em especial para o meu filho.
Agradeço a Deus ter-me dado esta criança, pois para mim é um privilegio ama-lo e ajuda-lo a crescer e
a ser um ser humano realizado e feliz, e só peço a Deus que me ilumine para estar à altura.
Isso sim, é muito importante!
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