quinta-feira, 24 de junho de 2010

Mudar



E de repente o que me apetece mesmo é mudar tudo.
Apagar tudo, como se tivesse uma borracha e começar tudo do zero.
Apetece-me e é o que vou fazer, nada me impede, e acho que é melhor para mim e para os meus filhos.
Como não consigo mudar tudo já, vou fazê-lo por partes.
Já mudei de carro e agora como não consigo mudar de casa, vou mudar a casa.
Vou pintar paredes, mudar os moveis, nem que seja apenas de lugar, e vou renovar o espaço em que vivo.
Depois logo vejo o que vem a seguir, mas não vou parar até estar tudo diferente, e melhor.
Preciso disso, para bem da minha sanidade, e quem sabe se até consigo mudar a minha vida sentimental ou mesmo profissional.
Tudo pode acontecer.
O livro da minha vida ainda está por escrever e acho que ainda só vou a meio, pelo menos gosto de pensar que assim é.


quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ser diferente





Já há muito tempo que pensava falar sobre este assunto, mas acabo sempre por deixar para mais tarde.
Mas hoje é o dia certo, foi o dia em que fui novamente confrontada com uma verdade, uma verdade
que dói, mas que tem que ser encarada de frente.
Mas também é verdade que apesar de ser muito duro, hoje não doeu tanto.
Tenho um filho especial, um menino milagre, que é um menino diferente dos outros meninos.
Mas afinal não somos todos diferentes? Somos!
Então porque se diz que uns são normais e outros são deficientes, e outro são sobre dotados?
O meu menino enquadra-se na categoria do meio, embora não seja uma coisa muito evidente, nem
muito pesada, mas tem uma deficiência.
Até agora diziam-me que tinha problemas, que tinha um atraso no desenvolvimento, mas hoje disseram
as palavras cruas, "o seu filho tem uma deficiência psico-motora".
É um choque, porque quando uma criança nasce com problemas, aceitamos logo, custa muito, mas é um facto.
Mas quando uma criança nasce normal, e tem um desenvolvimento dito normal, mas a pouco e pouco vamos sentindo e percebendo que o nosso filho é diferente e que não consegue fazer tudo o que é suposto, e que sofre por perceber que não consegue, no fundo temos sempre a esperança que seja uma fase e que com um apoio extra se vai conseguir superar, e é muito difícil.
E quando essas diferenças aumentam e queremos ajudar , mas não sabemos nem conseguimos, é mesmo muito difícil.
É avassalador!
Por outro lado revolta-me saber que a sociedade não aceita as pessoas diferentes e prefere fingir que não existem, e para expiar a culpa optam pela pena, e por olha-los como os coitadinhos.
Detesto a hipocrisia e a falsa bondade.
É preciso abrir as mentalidades, e aprender que todos somos diferentes e que há lugar para todos e acima de tudo que devemos aceitar os outros como são.
Essas pessoas são especiais e até são melhores e mais fortes, porque a essas pessoas muitas vezes é exigido mais, e até o que não conseguem dar e têm que se esforçar mais e ser mais fortes para suportar as atitudes menos correctas de quem tem preconceitos.
A minha admiração vai para essas pessoas, e em especial para o meu filho.
Agradeço a Deus ter-me dado esta criança, pois para mim é um privilegio ama-lo e ajuda-lo a crescer e
a ser um ser humano realizado e feliz, e só peço a Deus que me ilumine para estar à altura.
Isso sim, é muito importante!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

E enquanto nada acontece, tudo acontece.




De vez em quando penso nisso, e estou convencida que é mesmo verdade.
Quando estamos muito focados numa coisa, numa pessoa, num acontecimento, ou no que seja, parece que
isso nos afasta da concretização dessa vontade, e por ansiedade ou porque bloqueamos a acção com o nosso pensamento, é um facto que nada acontece.
Depois apetece-me deixar andar, sem pressa, sem pensar muito no assunto, e aí de repente tudo muda e parece um desencadear de acontecimentos.
Curiosamente recebi um email esta semana que falava nisso, e parei um pouco para pensar em que fase estou.
Ultimamente tudo me aconteceu, mas ao mesmo tempo, nada aconteceu e está tudo na mesma, excepto a minha vida profissional que mudou imenso e felizmente está muito melhor, mas como todas as mudanças mexeu muito comigo, e tem sido muito difícil.
Agora estou na fase em que voltei a sorrir, embora de vez em quando intercale com algumas lágrimas, mas isso também faz parte.
Estou na fase em que tudo pode acontecer, e vai ser bom, porque só pode, e é isso que quero.
Vou vivendo e sentindo tudo o que se passa à minha volta e quando penso no que vai acontecer, sinto um frio na barriga, que me faz desejar que seja já.
Quero que seja hoje!
Mas vou esperar e apreciar cada momento desta espera em que tudo acontece.