
Quando eu era pequena adorava estar à janela.
A janela por onde olhava o mundo era uma janela com vista para o rio, o Tejo.
E como morava perto de uma escola havia sempre muitas pessoas a passar, e eu adorava olhar para tudo.
Sonhava muito e ficava horas a olhar o rio, o céu, e as pessoas.
Sonhava ser livre para poder viver como queria, sem amarras, sem preconceitos, sem limites. Um dos meus sonhos era ser cantora e viajante.
Já cantei, por alguns anos num coro, e ainda sou viajante, e serei sempre.
Ainda gosto de ficar à janela, mas também gosto de ver o mundo pela janela do meu carro ou pelo écran do computador.
Continuo a olhar o mundo, o céu, o mar, as pessoas, e continuo a sonhar.
Podem tirar-me tudo, mas nunca me podem tirar os sonhos.
Adorava ter uma janela como esta, directa para o Mar, e se agora neste instante eu tivesse aqui o Mar, mesmo ao pé, eu saltava pela janela e deixava-me ir nos seus braços.
Ele não está longe, mas nem tenho forças para ir ter com ele, tinha que ser ele a vir-me buscar, e depois podia levar-me para onde quisesse.
Estou muito cansada e triste, e hoje ia com ele e ficava lá, naquele sitio onde não há dor, nem sofrimentos, só sonhos.
olá Anita.
ResponderEliminargostei de mergulhar no teu mar.
nas minhas "viagens pelo oeste" também escrevi sobre a minha janela, da infância...